Hoje em dia temos muitas técnicas de produtividade, que de fato nos deixam mais produtivos. Conseguimos fazer mais, em menos tempo.
Entretanto, será que isso é ser produtivo? Antes de iniciar a leitura deste texto, pare por um momento e reflita: o que é ser produtivo?
Será que ler um livro por semana, é ser mais produtivo do que ler um livro por mês?
Será que fazer 3 tarefas ao mesmo tempo, é ser mais produtivo que fazer apenas uma?
Será que escrever 3000 palavras por dia, é ser mais produtivo do que escrever 1000?
Tire um minuto para pensar nisso.
A verdadeira produtividade
Todas as perguntas acima não tem certo ou errado. Para alguns, ler um livro por semana é ser muito mais produtivo que ler um livro por mês. Para outros, o contrário.
A grande questão que trago aqui é: a produtividade não pode ser analisada através de números absolutos.
Ela pode e deve ser analisada através de outros fatores, como por exemplo, o propósito.
Qual o propósito de realizar determinada tarefa? Trazendo para o nosso exemplo, qual o propósito de ler o livro XYZ essa semana?
Se você tem claro qual o propósito de cada livro que está lendo, faz todo sentido sentir-se produtivo ao ler um livro por semana.
Se você não tem claro qual o propósito dos livros que se comprometeu a ler a cada semana, faz mais sentido ler apenas um por mês, tendo clareza do porquê está lendo ele.
A verdadeira produtividade não é medida por números de atividades e tarefas realizadas em determinado tempo.
Ela é medida através dois fatores, o interno e o externo.
O fator interno é o propósito, se temos claro o motivo de realizar determinada tarefa. Para isso, precisamos saber para onde estamos indo.
Em outras palavras, é preciso saber quais são suas metas e objetivos de longo prazo e trazê-los para curto prazo, seguindo a ideia abaixo.
- Metas e objetivos de 5 anos
- Metas e objetivos de 1 ano
- Metas e objetivos de 1 mês
- Metas e objetivos de 1 semana
- Tarefas do dia
Na estrutura acima, você desenha com clareza o que quer alcançar no prazo de 5 anos e depois traz para mais próximo. Ou seja, a tarefa que determinou fazer no dia de hoje, está ligada com a meta e objetivo de longo prazo.
Isso gera clareza de propósito, do motivo de realizar determinada tarefa. Esse é o fator interno para medir produtividade.
Já o fator externo consiste em ser efetivo com aquilo que está fazendo.
Utilizando o exemplo dos livros, vale mais ler um livro por mês com atenção, anotando, grifando, estudando ele, do que ler um livro por semana de qualquer jeito, apenas por ler e inflar o número de livros lidos (vai por mim, eu já fiz muito disso).
Mais vale fazer uma tarefa com qualidade do que fazer várias de qualquer maneira. A qualidade é mais importante que a quantidade.
Leia este texto para saber mais sobre a qualidade na execução de uma ação.
Tenha os dois fatores em mente, o interno (propósito) e o externo (efetividade), quando for pensar em produtividade.
Aliado a esses dois fatores você pode incluir as técnicas de produtividade. Porém, elas precisam ser utilizadas como aliadas, e não de forma isolada.
A minha experiência como base deste texto
A ideia deste texto é desmitificar a produtividade. Eu já fiquei muito bitolado com essa ideia, e queria de todas as maneiras ser mais produtividade.
O problema era que não tinha clareza de onde chegar. Sabe aquela pergunta: onde você se visualiza daqui a 5 anos? Eu não fazia ideia de como responder!
Isso demonstrava uma falta de clareza, e está tudo bem. Talvez você se identifique com isso. Se for o caso, pense em períodos menores, como 3 anos ou 1 ano.
O que quero que entenda é, fazer uma tarefa apenas por fazer, não é ser produtivo. Não importa se levo 10X menos tempo, se não tiver clareza do motivo que fez ela, dificilmente estará sendo uma pessoa produtiva.
Desde 2016 criei metas de leitura, de números de livros lidos no ano. Em 2018 foi a primeira vez que alcancei a meta de 50 livros lidos no ano, cerca de 1 por semana.
Em 2019, dobrei a meta. Não tinha um motivo claro para fazer isso, apenas dobrei. Consegui ler 69 livros naquele ano. Agora, se me perguntar o que aprendi com esses livros, são poucos o que lembro de algo.
Sabe por que? Porque estava focado na quantidade, e não na qualidade.
Porque não tinha claro o propósito de cada livro. Chegava ao ponto de evitar livros maiores, que sabia que iam me ajudar, para ler livros menores que eu pudesse contabilizar.
Isso foi apenas em uma área da minha vida. O erro de achar que produtividade está ligado a quantidade é algo que cometi por muito tempo.
O lado positivo disso é que traz um grande aprendizado, que estou compartilhando aqui.
Em outros textos vou trazer mais histórias de “produtividade” minha, como a ideia de que acordar mais cedo te deixa mais produtivo. Mas isso fica para outro momento…
Espero que tenha entendido a ideia deste texto. A produtividade vai muito além de números absolutos, de ações que contabilizou e riscou na sua lista de tarefas.
Para ser realmente produtivo leve sempre em consideração dois fatores: o propósito e a efetividade.
Se este texto fez sentido para você, compartilhe com outras pessoas e gere valor na vida delas também.
Um abraço,
Emannuel Zamparoni