Terminei de ler este livro durante essa semana. O livro é do polêmico Osho, e da para perceber em vários momentos da leitura o porquê ele era considerado tão polêmico.

O livro tem um formato diferente, de perguntas e repostas, separados por categoria, como dinheiro, trabalho e espiritualidade.

Renuncia da vida material

O primeiro impacto foi sobre ele falando sobre a renuncia da vida material.

Ele traz a comparação de quem atingiu o estado de Buda, como Sidarta Gautama.

Sidarta foi um príncipe, que até seus 29 anos não conhecia o que era morte, pobreza, miséria ou qualquer lado “negativo” da vida.

Isso porque seus súditos eram instruídos a evitar a todo custo que ele entrasse em contato com isso. Com 29 anos ele viu o primeiro corpo de uma pessoa morta, e isso trouxe uma nova percepção para ele.

Ao renunciar todo seu reino, bens e objetivos materiais, ele atinge seu estado de iluminação (estou simplificando ao máximo, não é tão simples assim :p)

Essa renuncia traz até hoje, para muitas pessoas a ideia de que é preciso renunciar ao mundo físico, a vida material, para que aconteça um desenvolvimento espiritual.

Osho traz a visão de que só existe a verdadeira renuncia, quando se experimentou algo. No caso do Sidarta, ele experimentou toda riqueza e prazeres da vida, portanto, sua renuncia foi verdadeira.

Agora, uma pessoa que ainda não experimentou a riqueza material, o que ela pode comprar (e o que ela não pode comprar), como pode renunciar? Como uma pessoa pode renunciar nunca viveu?

Para concluir, a ideia que ele compartilha é que os prazeres da vida, isso inclui a riqueza material, é o primeiro degrau de uma escada de evolução.

O que muita gente faz é tentar subir esse primeiro degrau, desistir por contas das dificuldades e então, “renunciar” ao fisicalidade.

Então ele diz, sobe esse primeiro degrau, mas não fica parado nele. Continue subindo.

Tenha bens materiais, casas, carros, luxo, etc. Apenas não fique apegados a eles (difícil né?)

Eu fiquei pobre quando passei a medir riqueza em dinheiro

Eu anotei esse insight durante a leitura do livro. Em alguma parte dele, Osho fala sobre a riqueza e que a imprensa intitulou ele como guru dos ricos.

Ele diz que pegou o título, mas não do modo pejorativo que a imprensa fez. Riqueza é muito além do dinheiro. Sim, pode ser a riqueza material, mas aqui entram outras coisas.

Um artista, mesmo sem dinheiro, pode ser muito rico. Sua criatividade permite que ele crie coisas incríveis, que muitas vezes duram séculos e continuam sendo admiradas pelas pessoas.

Uma pessoa que tem amor e alegria pela vida, tem muita riqueza. A questão aqui é, riqueza não se mede apenas em dinheiro.

Porém, por outro lado, isso não quer dizer que é preciso deixar de lado o fator financeiro. Amor é importante. Alegria é importante. Criatividade é importante. E dinheiro é importante!

Cada um no seu campo de atuação.

Faça do seu trabalho a sua meditação

O seu trabalho, independente de qual for tem o seu valor, e é possível transformar ele na sua prática de meditação.

A ideia é se entregar ao trabalho, de corpo e alma, fazer o seu melhor dentro das suas possibilidades, tendo prazer na própria ação ao invés de ficar na expectativa do resultado.

Tranquilo, não é mesmo? Só que não…

Quando se ama aquilo que faz, é bem mais fácil conseguir fazer esse movimento de entrega. Durante o seu trabalho, esteja no seu trabalho, concentrado, focado, fazendo o seu melhor.

Não se importe tanto com o resultado, e sim com a própria ação. Ao fazer isso, você vai aos poucos transformando seu trabalho na sua meditação.

Porém alguns pontos importantes:

1. Trabalhe no seu trabalho, e não leve trabalho para casa. Isso não quer dizer apenas levar alguma tarefa que ficou pendente. Estando em casa, deixe de lado os pensamentos voltados para o trabalho.

Esteja focado no seu trabalho, durante o trabalho e no seu lar, enquanto estiver nele

2. Não se torne um viciado em trabalho. O trabalho não pode se tornar uma fuga da realidade. Ou seja, todos temos problemas e desafios para resolver, porém para alguns, o trabalho se torna fuga deles.

É o lugar onde não precisa pensar nessas dificuldades, e por conta disso, fica voltado completamente a ele, tornando-se um vício.

Osho traz o exemplo dos japoneses, que trabalhavam 7 dias por semana, sem descanso e com poucos feriados. Quando eles ganharam um dia por semana para descansar, não sabiam o que fazer com esse tempo livre.

Tamanho era o vício em trabalho.

Estar no mundo, mas não ser do mundo

Acredito que o livro pode se resumir nessa frase: estar no mundo e não ser do mundo.

Trabalhe, faça o seu melhor, ganhe dinheiro, faça ele circular, gere valor para os demais, viaje, coma bem, aproveite a vida. Isso é estar no mundo.

Porém, para fazer tudo isso, você não precisa ser do mundo. Ou seja, se no mundo atual existe uma competição desleal, você não precisa ser desleal. Não precisa sequer competir.

Se no mundo existem pessoas que vão contra seus valores pessoais para ganhar dinheiro, você não precisa fazer isso.

É possível ser rico, em todos os significados possíveis, e ainda assim, não ser do mundo. É possível ser rico, monetariamente falando, e ainda assim, ser muito desenvolvido espiritualmente.

Uma coisa não exclui a outra. Faz sentido?

O que achou deste post? Se ele gerou valor para você, compartilhe com outras pessoas e gere valor na vida delas.

E deixe nos comentários o que pensa sobre este assunto.

Até mais,

Emannuel Zamparoni


Emannuel Zamparoni
Emannuel Zamparoni

Emannuel Zamparoni é empreendedor desde os 20 anos. Acredita que todos podem viver de propósito, em dois sentidos. Empreendendo seu propósito de vida, construindo um negócio digital ao redor dele. E não vivendo sem querer, vivendo de forma automática.

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