A empresa está tão focada no produto, em como o produto é incrível e inovador, que esquece de um fator muito importante, o cliente.
Veja bem, não estou falando para deixar de lado o produto e vender qualquer coisa. A ideia que trago é uma mudança da mentalidade.
É tirar o foco exclusivo do produto e passar a focar no cliente. Entender profundamente o público alvo, as dores, as necessidades e os desejos que ele tem.
Então, através do seu produto ou serviço, suprir elas.
Isso tudo parece óbvio, mas não é. E mesmo que seja, o óbvio precisa ser dito e repetido.
Trazendo isso para o mundo do empreendedorismo digital, vários empreendedores passam meses, até mesmo anos, construindo seus produtos.
Passam muito tempo focado nele, nas suas funcionalidades e no conteúdo, se preocupando em entregar algo próximo da perfeição.
O grande problema disso é que, ao fazer esse movimento, o cliente é deixado de lado. Ele não é ouvido.
E quando ele não é ouvido, ele não é atendido.
Faz sentido?
E quando suas demandas não são atendidas, quais são as chances de uma relação a longo prazo ser construída?
Entra em cena o Product Market Fit, ou o PMF.
O que é o Product Market Fit?
Em essência é testar a sua proposta de valor, embrulhada em um produto, e ver a aceitação do seu público alvo.
É o teste das duas primeiras categorias do Business Model Canva, clique aqui para ler mais sobre ele.
Deixando de lado todos as siglas e o inglês desnecessário, estamos falando de testar e validar sua proposta de valor.
Estamos falando de testar e ver se o seu público ideal vai entender e comprar essa proposta. Não apenas uma vez, mas repetidas vezes.
Como diria meu amigo Gabriel Ramos, todos os cogumelos são comestíveis, alguns apenas uma vez…
E não é isso que queremos. Não queremos vender apenas uma vez para o cliente ideal e nunca mais ver ele.
Pelo contrário…
O PMF serve para testar e validar sua proposta de valor, e descobrir se o seu público vai entender, comprar e recomprar ela.
Uma mudança de mentalidade é necessária
No mundo de hoje é muito mais fácil, rápido e barato fazer este tipo de validação. Trazendo novamente para o contexto do empreendedorismo digital, agora com foco nos infoprodutos (produtos de informação).
Por que passar três meses ou mais gravando algo que não sabe qual será a aceitação? Para criar um infoproduto, muitas pessoas investem alto seu dinheiro, tempo e energia, e sequer sabem como será a aceitação do público.
Entende o que quer dizer?
Ao invés de ficarmos no topo da torre de marfim, sendo os intelectuais picas das galáxias , donos da informação, precisamos descer e interagir com o público.
É nessa interação que vamos entender exatamente quais são suas dores, necessidades e desejos.
A informação pode ser passada e testada em um formato diferente. Ao invés de ser gravado com uma alta produção por trás, roteiros, teleprompter, câmeras caras, etc… por que não fazer a entrega ao vivo?
Em uma sala do Zoom ou do Gmeet, interagindo com o público enquanto entrega o produto.
Claro, para isso é preciso ter o conhecimento estruturado — saber o passos necessários para chegar ao resultado desejado.
Porém, isso exige muito menos investimento de tempo, energia e dinheiro.
Esse formato é escalável? Não, pois vai exigir do seu tempo durante a entrega.
Entretanto, você testar e validar a sua ideia com mais rapidez. Consegue coletar feedback quase que imediatamente e com esses feedbacks, começar a melhoria do produto.
Com os feedbacks coletados, pode começar a gravar o programa. Agora sim em um modelo que pode ser escalado, e com um fator muito importante: com a validação que seu público aceitou o produto que vai criar.
Recomendo a leitura de dois textos sobre teste e validação: criando meu “primeiro” MVP, parte 1; e criando meu “primeiro” MVP, parte 2.
Na prática o que muda?
Muita coisa! A principal delas é sair do modelo de “vou criar algo incrível aqui e tentar vender para quem quiser”, para “vou entender profundamente meu cliente ideal e criar algo que gere valor para ele”.
Se você entender isso, entendeu um funcionamento importante para seu negócio continuar crescendo a longo prazo: o cliente importa mais que o produto.
O Product Market Fit é importante por conta disso. Colocamos o cliente no centro, buscamos entender suas necessidades, dores e desejos, e então, com aquilo que temos de recursos, tentamos suprir elas.
Para que isso aconteça, você empreendedor digital, fundador do seu negócio, precisa estar em contato direto com seu cliente ideal.
Desde o dia ZERO. Desde o momento da fundação dele, precisa ter este contato próximo.
Não terceirize isso de forma alguma. Busque entender como seu negócio vai servir, vai gerar valor para determinado grupo de pessoas, o seu público ideal.
Fez sentido este texto?
Se sim, compartilhe com alguém que sabe que vai gerar valor na vida dela. Deixe nos comentários o que acha dessa mudança de mentalidade.
Um abraço,
Emannuel Zamparoni